O Futuro é Agora: A Presença da Tecnologia e da Inteligência Artificial na Educação
- renan Henrique
- 2 de nov. de 2024
- 5 min de leitura
Se antes a IA era coisa de filme, hoje ela já é uma realidade. Saiba quais outras tecnologias também têm sido utilizadas nas redes de ensino atualmente
Publicado em 2 novembro 2024,por Renan henrique.

O futuro já está aqui, e o que antes parecia mera ficção científica agora é parte da vida cotidiana de muitas pessoas. A inteligência artificial, que costumava ser uma ferramenta imaginária com inúmeras aplicações sem intervenção humana, está sendo utilizada em diversos setores. Na educação, por exemplo, a IA se tornou uma aliada valiosa, não apenas facilitando o trabalho dos professores, mas também aprimorando o aprendizado dos alunos.
De acordo com um levantamento realizado em agosto deste ano pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), intitulado “Inteligência Artificial na Educação Superior”, sete em cada dez estudantes demonstram interesse em estudar em instituições que incorporam tecnologia nas metodologias de ensino.
Entre os entrevistados, pelo menos 80% afirmaram conhecer ferramentas populares, como ChatGPT e Gemini, e mais de 70% já as utilizam em sua rotina de estudos.
“A inteligência artificial pode ser uma grande aliada no processo de aprendizagem, permitindo a personalização de conteúdo de acordo com o nível de conhecimento de cada aluno, além de oferecer jogos educacionais que tornam o aprendizado mais dinâmico e envolvente, contribuindo até para o aprendizado em computação”, afirma Susiléa Abreu dos Santos Lima, professora e coordenadora dos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação na Universidade Vila Velha (UVV). Ela destaca que não se pode mais ignorar as facilidades que essa tecnologia proporciona, como a produção de questões, geração de conteúdo, criação de slides, geração de imagens e até mesmo desenvolvimento de códigos de programação.

Entretanto, é fundamental que a inteligência artificial (IA) seja adotada como uma ferramenta de apoio e não como uma substituta do pensamento humano. Isso significa que sua integração deve ocorrer de maneira ética e pedagógica, garantindo que a IA contribua para o aprendizado dos alunos sem comprometer o desenvolvimento de habilidades essenciais, como criatividade e raciocínio crítico.
“A Universidade Vila Velha (UVV), ciente da falta de habilidades tecnológicas entre muitos estudantes, está implementando disciplinas introdutórias. O objetivo é proporcionar aos alunos a oportunidade de desenvolver competências tecnológicas básicas, como o uso eficaz de ferramentas de produtividade, organização de informações e habilidades em pesquisa acadêmica”, explica Susiléa Abreu dos Santos Lima, professora e coordenadora dos cursos de Ciência da Computação e Sistemas de Informação da UVV.
**Integração da Tecnologia no Ensino Fundamental e Médio**
Além do ensino superior, a aplicação da inteligência artificial e de novas tecnologias tem se mostrado extremamente relevante nas turmas do ensino fundamental e médio. Mais do que apenas introduzir novas metodologias de ensino, essas ferramentas também têm sido utilizadas para promover acessibilidade e inclusão no ambiente educacional.
Um exemplo notável é o uso dos dispositivos OrCam MyEye 2.0, óculos de alta tecnologia que estão sendo utilizados por alunos com deficiência visual na rede estadual de ensino e nos Centros Estaduais de Educação Técnica (CEETs). Esses equipamentos contam com tecnologia assistiva que incorpora uma câmera inteligente capaz de ler textos em voz alta, reconhecer rostos, identificar produtos e transmitir essas informações por meio de áudio. Essa abordagem não apenas facilita o aprendizado, mas também promove uma maior autonomia e inclusão social para os alunos com deficiências.
Com a integração da IA nas práticas pedagógicas e o uso de tecnologias assistivas, as instituições de ensino estão se adaptando a um novo cenário educacional, onde a inovação se torna um pilar fundamental para o desenvolvimento acadêmico e pessoal dos estudantes.

“Estamos falando de tecnologia a serviço da melhoria do aprendizado e da inclusão. Com certeza, os alunos terão uma experiência muito mais rica ao utilizarem esses óculos, tanto no processo de alfabetização quanto na preparação para a vida cotidiana. Esses dispositivos não apenas facilitam a aprendizagem, mas também aceleram a dinâmica de todo o processo educativo”, destaca Bruno Lamas, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional.
Desde o mês de agosto, já foram adquiridos e entregues mais de 50 dispositivos OrCam MyEye 2.0 para os alunos com deficiência visual. A expectativa é não apenas ampliar esse número, mas também explorar o uso de outros produtos que possam ser benéficos. A ideia é expandir essa iniciativa, que não se limita à educação, mas também abrange outros segmentos da sociedade que podem se beneficiar da inteligência artificial (IA) para aprimorar seus fluxos e processos.
A integração de tecnologias assistivas como essas exemplifica um passo significativo em direção a um ambiente educacional mais inclusivo, onde todos os alunos têm a oportunidade de participar plenamente e desenvolver suas habilidades. O uso da IA e de dispositivos de alta tecnologia no contexto educacional é um caminho promissor que promete transformar a forma como aprendemos e ensinamos, abrindo portas para um futuro mais acessível e inovador.

Para a Escola Americana de Vitória (EAV), a tecnologia desempenha um papel essencial na educação moderna. Segundo Cristiano Carvalho, diretor-executivo da instituição, existe um esforço contínuo para identificar o nível de aprendizado de cada aluno em relação a competências específicas e para desenvolver trilhas de aprendizagem personalizadas.
“Utilizamos uma ampla variedade de plataformas tecnológicas com o objetivo de proporcionar aos alunos a melhor experiência de aprendizado possível. Em nossa matriz curricular, oferecemos disciplinas de pensamento computacional, onde os estudantes têm a oportunidade de aprender programação, por exemplo. Nosso objetivo não é apenas formar consumidores de tecnologia, mas sim capacitar os alunos para que compreendam como essas ferramentas funcionam e possam utilizá-las de maneira crítica e criativa”, enfatiza Carvalho.
Essa abordagem reflete o compromisso da EAV em integrar tecnologia na educação, preparando os alunos não apenas para o presente, mas também para um futuro onde as habilidades tecnológicas serão cada vez mais valiosas. O foco na formação de pensadores críticos e criadores em vez de meros usuários é um diferencial que destaca a importância da educação voltada para as necessida

Cristiano complementa que, em todas as esferas de ensino, a Escola Americana de Vitória (EAV) também incentiva os alunos a se posicionarem de forma crítica nas redes sociais. Essa abordagem tem como objetivo ensinar os estudantes a utilizarem a tecnologia como uma ferramenta para validar informações e dados à medida que crescem.
“O nosso propósito é formar cidadãos conscientes e responsáveis, capazes de discernir entre informações verdadeiras e falsas no ambiente digital. Ao estimular essa habilidade, preparamos nossos alunos para navegar de maneira segura e informada nas redes sociais, além de capacitá-los a se engajar em discussões significativas e fundamentadas”, ressalta Carvalho.
Dessa forma, a EAV não apenas promove o aprendizado de habilidades tecnológicas, mas também enfatiza a importância da responsabilidade digital, contribuindo para a formação de indivíduos bem-informados e críticos em um mundo cada vez mais conectado.
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